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Duelo em Trindade

Ou banda-estratagema


Partilha a briga,
primavera em coração:
O mutável lutador.

imagem do google

Doze poemas*



*Publicados originalmente no Poema Dia


1.

Uma liberdade
na fotografia
de outra solidão.

2.

Um muro
entre árvores,
flores no chão.


3.


Olhos vermelhos
por Línea,
indesejada mulher.


4.


O curta metragem
sem o traço
de elegância oculta...


5.


Na fogueira,
Música e energia.
Depois, cinzas mágicas.


6.


Apagados na folha e na tela:
Um fado, outro haicai de outono
e a minha caricatura amarela.


7.


para as noites que não virão
faço poemas descartados
e da nostalgia esqueço


8.


- O que é Saudade?
- Um número imensurável
com palavras sem significado.


9.


Até amanhã,
na flor do pesadelo.
Um grão de anjo.


10.


Pano de fundo,
papel em branco.
Paisagem nua.


11.


"Estou em todos os lugares ao mesmo tempo, 
com saudade de gente que não conheci 
e sozinho como sempre serei."


12.


O limite da consciência
inventando universos.
Na dança do infinito: -Azul.





Haiku de Inverno nº5



















Nossos corpos cobertos 
pelas folhas secas, 
em movimentos estalados.

Aquarela da Beta Marques

Gravidade


Democracias ditadoras.
Amigo, o caminho
esta nas alturas
sem ninho.


Meu carinho
às suas criaturas,
mortes e vidas douras. 
Arquitectando algo sozinho.


Tudo ao ar.
Perdedor
 de amor.


Nadar
no mar,
salvador.



Nasa Images -  Mt. Everest

Limite


As convicções,


separação
cortes
partidas. 


Desencontros saídas
nas apagadas fotografias,
o branco descolorido.


Nunca é um palavrão.

fcm.photographie

As Barcas

Invoco a mim
sem alma
as mentiras.

Elogio ninguém
sonho perdido
as saudades.

Estridente
silencio 
dois corações alheios.



Meu desenho nº2

WIE(R)


















Sem alguma novidade
O namorado desalmado
Espera nenhuma amizade,
Muito menos ser amado.


Duvida da eternidade
Não acredita no dado
Não sabe ser engraçado,
O bom é a enfermidade.


Dessoneto a relação
Em coisa estranha.
Ausente de reação?


Beijo na ariranha!...
Você, uma ação.
Eu, outra piranha.


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O arquipélago


Sopé de folha,
casas no ar
e a borra lha.

Desenho para a minha amante oriental.

Original no Poema Dia.

Soneto 28%

A terra sem mar.
Luar planetário.
O sol vai acabar.
Noite no diário.


Silêncio de jazz.
Blues sem bêbado.
Felizardo com medo.
Nunca voltar ao traz. 


Estrelas mortas,
todos os dias
entram nas portas,
pelas sombrias.


Inconsciência de bilhões 
limitados aos trilhões. 








Nasa Images

Teatro de Eber


Que tempo é este, em que falar de árvores é quase um crime, pois importa em calar sobre tantos horrores.
BERTOLT BRECHT


Um inquisidor do holocausto
na desértica galáxia
quebra seu espelho da sorte.


Pintura de Francis Bacon 

Erotiká



Revela
os poros
as nuances.
A vontade de não estar ao seu lado.
De entrar 
fundo
na morte vida.
Amargo desencaminhar pré romântico.
Seja indesejável 
para as amantes.
Contradição do erotismo verdadeiro.
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Arestas dos Sonhos



Carente de espaço, 
a amizade acabou.


Talvez uma paixão, 
condicional atípica.


Violão, montanha & travesseiros
e aquele nano curta igual...

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ISMO


Ausente de paixão.
O desenho abstrata.
As letras embaçam.

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Owl



Queria poder voar
em sua única perna.

Num micro-somos
indivisível
átomo do ar.

Pouso soturno
das leves asas.

Uma caverna 
na árvore envenenada
pelo egoísmo humano.

A realidade
não é amor
não é verdade,
minha coruja dor.

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À flor


Uma tatuada acorrentada
entre a rua do futuro
e o logradouro da saudade.

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A sonnet


Nunca sozinho.
Um amigo
Explica o incompreensível.

Aspirar e respirar,
Coisas difíceis.
Beber ou comer
Vomitar.

Morres embora
Vivas agora.

Ditado de papagaio:
- Repetir, repetir, repetir...

Acidente no curso
D’água.
Andaremos sobre ela. 

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NO POEM


E NÃO É MAIS UM SONETO


Quando criança
Subia nos telhados
Para contemplar:


-Nuvens, estrelas
Uma menina.


Talvez brincadeira alheia
As luzes acendiam
E apagavam-se.


"Cada gota desperdiçada
Que a lágrima salva."


Amizade etérea
Sem amor ou ódio.


De espírito enamorado
Com outra áurea .

fcm.photographie